sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A Bolsa Rasgou

O que fazer quando a 'bolsa' rasga e todos os seus sonhos vazam pelo buraco? A mesma analogia de descer pelo ralo. O que fazer quando os sonhos vão por água abaixo?
Catamos os caquinhos e recolocamos na bolsa? Não tem como. Não tem um remédio, uma solução. Coisas quebradas, mesmo que coladas não ficam iguais. Coisas perdidas, caídas, despedaçadas tem que ser deixadas pra trás.
Uma bolsa rasgada que deixa cair os sonhos não serve mais. Sonhos despedaçados também não.

Então o jeito, o único jeito é jogar a bolsa fora com os sonhos que restaram também; comprar uma bolsa nova e sonhar novamente. Bola pra frente, ou melhor bolsa nova pra frente. Com um novo sonho, novo destino, com uma nova vida. Batom novo, carteira nova, nova necessaire... tudo novo, uma nova mulher.

Pra quem estiver passando por isso, se despedindo do passado, dos sonhos perdidos, da bolsa rasgada, um conselho: chorar faz bem, mas uma boa maquiagem e um novo (olha aí o termo novamente!) corte de cabelo fazem muito melhor!!!

Be happy, no matter what.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

As vezes o mundo parece que vai me engolir.
Estou presa nas minhas dúvidas, nos meus por quês.
E me corrôo sem saber onde estão as respostas.

Por que não somos auto-suficientes?
Por que não conseguimos fazer os outros felizes?
Por que não estamos satisfeitos com nada?

Por que? Por que? Por que?

Tantas perguntas e apenas o zumbido do vento como resposta.
O eco do coração que bate solitário dentro dessa casca vazia.
Os olhos semi serrados não enxergam no clarão do raio.
A tempestade se faz de lágrimas.
E o ronco do trovão é o grito preso na garganta.
O medo não gera a explosão.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Zíper Aberto - A Impaciência nos Detalhes

Estou utilizando a metáfora da bolsa pra retratar um pouco da personalidade feminina. E por ser desse sexo tão complexo e confuso, procuro extrair um fiel retrato. Mas, nem sempre meu foco será em nós mulheres, afinal, somos, antes de tudo, seres humanos coabitando o mesmo planeta. E como já diria a música do Pepeu Gomes: ' Ser um homem feminino/ Não fere o meu lado masculino', 'eles' também serão aqui retratados.

Mas, vamos por partes.
Hoje em dia o mundo anda acelerado, são tantas coisas, tantos compromissos, tanta monitoração e 'facilidades tecnológicas', rapidez e banda larga; que nos tornamos pessoas apressadas, impacientes e displicentes, muitas vezes com nós mesmos. E é isso que significa o zíper aberto. Nossa noção de tempo se alterou de tal maneira, que um movimento simples é as vezes ignorado pela correria ou impaciência.

Por que as bolsas tem fechos? Para evitar furtos, nós diríamos. Mas, se os mesmos existem para proteger, por que muitas vezes insistimos em não fechá-los?

Ando pela rua e várias vezes vejo a mesma cena. Mulheres andando com passos rápidos e com suas bolsas abertas. Mas, o simples deixou de ser prático, afinal, se abre a bolsa pra pegar celular, dinheiro, Ipod, agenda, caneta, cigarro, chiclete, papel... Enfim, é um tal de abre e fecha bolsa tão regular que enche o saco.

Por isso me dei conta, estamos tão apressados que somos impacientes com os detalhes. E levando para outro campo do dia a dia, somos negligentes com nós mesmos, com quem amamos. Não temos tempo, ou paciência em ligar para um amigo que gostamos pra saber como ele está, não temos tempo de escrever um e-mail (o que dirá uma carta) para aqueles que estão distantes, não temos tempo ou paciência pra nos olharmos de frente com os olhos da alma. E no que nos tornamos? Humanos robôs presos a uma sociedade capitalista e autofágica. Nos reduzimos a fios, telas, teclas e programações ,e esquecemos de viver.

Fechar o zíper da bolsa é um conselho tão bom quanto usar filtro solar. A essência da vida está nos pequenos detalhes, e se não os enxergamos, nem mais é preciso estar vivo.

Admirável Chip Novo

Pitty

Composição: Pitty

Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado.
Mas lá vem eles novamente e eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema

Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva

Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga...

Não senhor, Sim senhor, Não senhor, Sim senhor

Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado.
Mas lá vem eles novamente e eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema.

Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva

Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga...

Não senhor, Sim senhor, Não senhor, Sim senhor

Mas lá vem eles novamente e eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema.

Abrindo a bolsa

O que se encontra dentro de uma bolsa de mulher?
Muita coisa! As possibilidades são infinitas e os objetos descrevem bem o perfil de cada uma.

Existem as mulheres organizadas, que possuem estojo e necessaire pra tudo que carregam, separam os itens por gênero e utilidade. Existem aquelas que são o extremo oposto, mas que se encontram em sua caótica desorganização. Há também as que nunca acham nada, ainda que estejam a um palmo do nariz, e dentro da bolsa então... É um tal de mexe daqui, remexe dali, tira isso, e quando vê, tem sua bolsa revirada e exposta, muitas vezes revelando mais do que gostariam. Tem também mulheres recatadas, que se valem de objetos genéricos e quase sem identidade; outras, são ousadas, modernas e vanguardistas, carregam tudo de diferente e original em suas bolsas e em suas almas. Por fim, porém, temos a bolsa das bruxas... onde se encontra toda a sorte de traquitanas seculares e sempre, mágicas! Enfim, pra cada bolsa, uma personalidade, um momento, uma história.


Como é a minha bolsa?! Um pouco de cada uma citada acima... um mix total; a verdadeira bolsa de uma mulher de 30!


Sejam bem vindos! Aqui vou expor (ou não) o reflexo da insanidade que é ser mulher. E sintam-se livres pra compartilhar de suas experiências com bolsas de mulher, um verdadeiro calvário feminino! Onde se carrega muito mais que objetos pessoais, mas, também sonhos e desencontros.


Que assim seja e assim se faça!