segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Gozo

Eu te quero dentro de mim
com seu falo enrijecido
penetrando em minha vulva,
adentrando pelo meu ser,
quente, quente por você...

E teus movimentos tão seguros
num vai em vem ritmado
o teu corpo sobre o meu
me mostrando todo o pecado
nesse olhar de quem geme calado...

Boca, suor e mão
Saliva e lubrificação
pernas e dedos ou não
grito, desejo e tesão
mudança de posição...

Goza quente em mim
deixa invadir o meu ser
prazer que não tem fim
que desce pela perna a escorrer...

(23/10/12)

Furacão & Tempestade

se pro bem ou para o mal
nosso encontro é fatal
é química e cosmos unidos.
são segredos traduzidos

em corpo, pele e suor
lágrima, saliva e dor
química e eletricidade
ligados na máxima voltagem

descarga de adrenalina
caio sobre seu corpo, menina
pois a mulher se dissipou em gozo
nos braços desse homem vaidoso

somos furacão e tempestade
que chega ao litoral sem alarde,
que alimenta e espalha o fogo
criando novas regras pro jogo.

(23/10/12)



Yin & Yang

Essa eu escrevi pra vc!

"sou yin e sou yang, opostos complementares. 
força e fragilidade, razão e sensibilidade. 
mulher e menina. coragem e covardia.

eu erro querendo acertar, 
pulo de olhos abertos no mar.
me jogo sem medo, 
me arrependo e enlouqueço.

sou intensa e sou gelada.
sou fogo e sou morada.
sou tua e mais nada."

(10/2012)

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Onde está o erro do mundo? 
Essa vida acelerada que levamos, sem tempo, sem gosto, sem cheiro e as vezes em brilho. Repetindo mecanicamente os padrões, os hábitos institucionalizados, a cacofonia da cultura que oprime, deliberando em favor do nosso algoz. 

Onde está a liberdade? Em qual reino vou encontrá-la? Será que se libertos formos, saberemos nós andarmos por essa estrada?

Reescrever um novo olhar é a tarefa mais fácil de toda essa jornada. Difícil mesmo é ter um novo olhar! É abrir mão dos seus conceitos e ouvir outros tais. Tirar a venda escura que cega a possibilidades tão infinitas de algo diferente. Mas, seria esse diferente algo melhor?
Não sei, mas só se pode colocar uma nova roupa se não estiver vestido com outra. Desconstruir seus conceitos e formatar novos alicerces. Num exercício diário de se compreender em meio ao caos que nos inserimos. É preciso estar nu, se despir das armaduras e máscaras que ao longo de nossa existência adotamos como mecanismo de defesa. Contra quem mesmo? Talvez contra nós mesmo. Somos frutos do teatro social. Somos os atores da comédia da vida. 

E essa nudez incomoda. Incomoda de tal maneira, que nus não nos olhamos no espelho. Não temos coragem de olhar pro próprio corpo de maneira justa e delicada. Nos admiramos em novas peças, que escondam nossa nudez. Mas, o corpo nu não merece nossa atenção. É impuro, é provocador. Exposição de nossas perfeitas imperfeições. 

Mas, eu confesso, que numa lufada de renovação, quero sinceramente abdicar da mediocridade. Libertar a mente, o corpo e a vida. Sair da rotina em busca de novas possibilidades. Sem julgamentos moralistas, somos todos senhores e servos do mesmo mecanismo. O que nos agride é perpetrado pelas nossas próprias mãos. Acomodados, amansados, cativos em nossos destinos traçados na maternidade. Objetificamos nossos ideias, vivemos cartesianamente buscando diminuir o estrago que ajudamos a causar. 

Sem títulos e sem direções, alço voo rumo ao nada... pois há a certeza de ao fim algo surpreende me espera.