domingo, 30 de dezembro de 2012

Por que as vezes dói como se nunca fosse passar?
Entre dias absolutamente normais a melancolia escolheu hoje para abraçar.
Numa sexta feira, pra melhorar. Ideal se fosse 13.

Eu saí completamente de você.
Deixei a sua vida sem que sobrassem pistas de mim.

Mas, vai passar...


sábado, 29 de dezembro de 2012

A Estrada

Ela não podia escolher. Seu coração em silêncio não dava a menor indicação. Sua mente vazia não apontava direção. Era ela e a estrada, onde quer que a fosse levar, era ela e a estrada.

Passo a passo, o q foi passo era passado, que seria passo era futuro, entre um e outro o seu presente. Segundos transitórios.

Pela estrada, flores e pedra. Árvore e terra. Beleza viva e morta.
Os galhos secos e retorcidos como suas histórias. A flores em cores, como a sua memória. 

Era ela e estrada por onde se desviava...

sábado, 22 de dezembro de 2012

Teatro dos Vampiros

A pedidos de uma amiga e por conta de uma certa repercussão que tiveram essas palavras, trago-as aqui.

Juro que eu preciso dizer... é tão triste ver alguém mendigando um amor que não possui mais, um status ao qual não pertence, um ego ferido precisando se afirmar. Que me renderem pensamentos proféticos de que isso eu não quero pra minha vida. Porque já me bastou ver no outro o quão patético nos tornamos quando permitimos que o nosso ego domine as emoções. Nos tornamos vampiros emocionais.


Podemos ser cruéis, mas somos também tão risíveis; uma caricatura borrada de uma possibilidade. E assistir a decadência de outrem, sem vendas e sem ranços, me chocou, me tocou, me fez pensar, me causou pesar.



Não posso resgatar ninguém de sua dor e de seu inferno, mas posso não me tornar aquilo também. Se a experiência alheia me ensina algo, é a escolher. Escolher não ser, escolher não fazer igual, escolher não me submeter. Acho que fiquei tão chocada que me serviu mesmo como alerta. Não permita que te magoem ao ponto de você se tornar uma marionete da vaidade. Não permita que te machuquem ao ponto de você e tornar um catador de migalhas. Não permita que te firam ao ponto de você se tornar demasiado infeliz. Porque o infeliz crônico, aquele que opta por sofrer e por mendigar a aprovação de outrem, não recebe seu pagamento, pois o amor, a admiração, se torna um peso, um excesso, um fardo indigesto. E na sua auto-comiseração se torna um Midas ao avesso, apodrecendo tudo que toca, tudo que entra em contato.



Eu assisti do balcão o teatro da vaidade e vi uma peça triste e mal ensaiada. Um ator desesperado por atenção. Alguém tão dolorido nesse papel, que esqueceu que a grande sacada de tudo é que pra ser querido não é preciso esforço, mas verdade.



E no final, não teve o aplausos...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Minha mente está confusa, como há muito tempo não ficava.

Lidar com nossas escolhas na maioria das vezes não é nada fácil. Recolher-se a solidão, ao conforto do porto seguro, sozinha e angustiada, não é uma escolha, é necessidade vital. De outra maneira não sobreviverei.

Já passei por muita porrada nessa vida. Muitos tombos e rasteiras. Já dei murro em ponta de faca por ser impulsiva e intempestiva. Sei que as dores passam e fica o aprendizado. Mas, quando dói, dói visceralmente. Dói uma dor corrosiva, um misto de medo e ansiedade. Com uma enorme vontade de dormir até que tudo passe.

Sim, eu fiz escolhas as avessas. Escolhi não escolher. Segui a maré que apontava o meio do oceano, sem que eu soubesse nadar. Não era difícil concluir que eu me afogaria. Que morreria dentro de mim mais uma vez.

Mas, e se esse morrer não for libertador? E se essa dor for em vão? Como fazer pra suturar as feridas que causei? Como faço para lidar com as perdas que sofrerei? De tudo eu perdi o que hoje me trazia mais alegria. O sorriso sincero de uma amizade querida.

Fui sufocada pelo medo. Me vi covarde. Me vi o retrato daquilo que eu mais temia. Que eu era capaz de machucar também. Não de propósito, mas por não saber o que fazer. Eu, que sempre cobrei a verdade, omiti por medo das consequências. Virei o próprio de Dorian Grey.

E agora estou aqui, contando os segundo preciosos que deixo escapar. Inerte, apática. Infeliz. Com vontade de vomitar para expurgar a dor. Mas, ela não passa. O sofrimento nem sempre é opcional. Não quando se está prestes a perder algo que lhe é tão caro. Mas, que talvez não eu não seja igualmente importante.

Escrever, escrever, escrever... As palavras não fazem sentido. Eu não encontro os motivos. Simplesmente embaralho letras na tentativa de aliviar o peso da solidão.

Queria fugir pra bem longe. Queria fazer isso de novo. Mas, estou presa, acorrentada. Sou vítima da minha própria burrada.



Quem diria... Lulu Santos falando por mim...






domingo, 9 de dezembro de 2012

Morte anunciada

Preciso liberar minha mente, meus demônios particulares!
E eu achava que esse papo de demônios era puro clichê.... Sou tão ingênua q me irrito comigo mesma! Sou o doce de alcaçuz!

Preciso liberar a minha dor.
Vc me fez sofre a ultima dose do amor!
A pá de cal que me sepultou.

Obrigada, eu morri.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Palavras Sinceras


Há dois anos eu pedia pra um amigo que me enviasse um e-mail que tinha escrito pra ele e que não o possuía mais nos enviados. Dois anos pedindo e nada... eis que hoje, finalmente, ele me enviou!

Me trouxe novamente lágrimas aos olhos e fui capaz de sentir cada emoção contida naquelas palavras. Acho que essa foi uma das "cartas" mais sinceras que eu escrevi em toda a minha vida. A verdadeira descoberta do seu ser é algo de mais precioso que pode existir.

Vou ocultar o nome porque realmente é algo muito pessoal, mas de tão belo, acho que deva ser compartilhado. Ele sabe quem foi e isso basta.

“XXXXXX,
Antes de mais nada, obrigada.
Não me tornei vegan por sua causa, era uma condição que já existia dentro de mim, porém, você foi o único a não ser condescendente com as minhas desculpas. Não questiono ou aprovo o seu método... pois, só eu sei o quanto me doeu, e, talvez essa dor tenha também me libertado. E a liberdade justifica.

As coisas mais inesperadas acontecem quando o controle escapa as nossas mãos. Eu fui até você desejosa de algo que eu tive medo de conquistar e voltei renovada de algo que eu já possuía. Isso fez tudo valer a pena. Cada lágrima que eu chorei e tudo o que eu senti. Por certo existem críticas que poderia fazer, mas o tempo delas não é agora; prefiro trazer dentro de mim a beleza da transformação e a pureza dos nossos olhares em despedida, a remoer os arranhões do ego. 

Até nossa última conversa tudo aquilo me parecia um pesadelo, um filme pastelão de mau gosto, onde eu me coloquei em posição de total submissão e covardia ante a um homem que eu admirava. Entender o porque dos fatos foi uma tarefa que começou naquela nossa última conversa. Onde, talvez pelo comodismo da partida, nos sentamos cada um do seu lado do 'muro' e pela primeira vez em três dias, nos comunicamos. Porque antes eu falava e você não ouvia, você falava eu eu não acreditava ou entendia. Suas palavras eram pedras atiradas em meu frágil telhado de vidro. Eu não via que, se em minhas mãos não haviam pedras iguais, restavam então, punhos cerrados que davam forma ao fogo que eu cuspia indignada e ferida.

Não, não sei o que deu errado ou porquê (risos). Mas, prefiro celebrar o que deu certo. E de uma maneira muito particular e só nossa, nós demos certo. Do contrário, ontem jamais teria existido e o amanhã seria impossível e impensável. Demos certo porque continuamos de alguma forma nos gostando e nos respeitando. Vi que de heróico você tem os seus sonhos, mas é tão humano e imperfeito quanto eu. O que nos distingue? Tudo e nada. Somos apenas células nesses 6.5 bilhões de pessoas tentando fazer o nosso melhor, de maneiras diferentes, distintas, porém, igualmente sinceras. E isso é tudo que nos difere. Ao passo que somos humanos independentes do gênero, que enxergam direções diversas e ainda assim somos capazes de nos unir e lutar, como irmãos, cuidando e protegendo um ao outro, sem que nenhuma diferença seja maior que a compaixão. E é por isso que afirmo que não somos nada diferentes.

Sabe, não importa o tempo ou as estradas de nossos destinos, certas coisas nunca mudarão. Você será pra sempre aquele 'menino bom' que eu conheci e que me conquistou. Não precisamos que o amor seja recíproco pra que ele exista, acho que essa é a grande magia do amor. É algo tão seu que pode ser da forma como você quiser e mesmo assim ainda ser 'tão do outro'. É um bem que te invade e completa, e que não precisa de retorno. O amor não pede nada em troca. Uma pena que hoje em dias as pessoas tenham tanto medo de amar ou de declarar o seu amor; como se fosse algo reprovável. Eu acredito que todo afeto é amor em uma de suas tantas possíveis formas. O amor não é prisioneiro jamais. E ele se transforma, se reinventa e só por isso podemos amar de maneira tão plena pessoas tão distintas. O amor sincero, independente de sexo, religião ou cor, é o verdadeiro casamento das almas, é etéreo e libertador. Mas, enfim.... (risos) me perdi filosofando sobre o amor... 

XXXXX, você sempre vai ser um grande amigo, um grande amor (desses que não tem nada a ver com sexo, mas tem a ver com alma). Não importa quanto tempo leve para que nos vejamos novamente, vai sempre ter valido a pena ter te conhecido, ter te reencontrado, nunca ter te perdido (ainda bem) no meio da loucura das nossas vidas. Com tanto desencontros, ficam aqueles que deveriam ficar. E você ficou, marcou. Escreveu seu nome na minha história, deixou em mim a sua marca. E dito isso, qualquer outra palavra não complementaria, seria apenas desperdício. 

Você é especial.
Da sua eterna amiga.

sábado, 17 de novembro de 2012

Oficina do Diabo

A pobre menina confusa que se perdeu em sonhos e terminou sozinha. Da dúvida existencial à dúvida emocional, caminho no estreito elástico da reflexão. Minha corda bamba particular.

Pois, as alegrias são pérolas da vida! Devem ser experimentadas com plenitude e não são pra serem vulgarizadas e compartilhadas. - É egoísmo, eu sei!, mas, a verdadeira alegria é como um orgasmo, único ainda que múltiplo. Não tem como explicar, é um gesto, um toque, uma lembrança. É o encontro entre dois amantes, ou o desencontro de ideias. A promoção no emprego ou a conclusão acadêmica. É um bem estar natural por se sentir especial. É tudo ou qualquer coisa, porque é muito pessoal.

Já a dor, essa não! Ela é quase universal. Dói pra todo mundo; mais ou menos, mas dói igual. É o fora levado, o sentimento de rejeição; a decepção com um amigo, o lamento do enlutado. A dor é de, muito mais fácil compreensão. Por isso não traz inveja. Ninguém quer sentir doer também.

A alegria dos outros as vezes causa dor na gente. A inveja é corrosiva, mas talvez um dos mais humanos dos sentimentos. É culpa e absolvição de nossas frustrações. O filho pária que ninguém quer ter. A inveja pode ser produto da dor.

E eu aqui divagando, filosofando sozinha num sábado a noite. "Mas, tá chovendo, nem tem graça sair", eu penso me convencendo de que não é solidão. Se não fosse eu não estaria pensando em você, ou em mim. "Desilusão, desilusão, danço eu, dança você, na dança da solidão".

Antigamente, papel e lápis; hoje teclado e mouse, ou muitos cliques no celular. E de pronto o que era só pensamento, ganha forma e é formatado, ganha o céus e mares, e vai estar em todos os lares. Pra ser lido ou rechaçado.

O que era sombra se dissipou e que era devaneio se azedou. Em pouco espaço de tempo os sentimentos me abandonaram. Estou vazia em recipiente lacrado, a minha mente se tornou oficina do diabo.
Não acredito que perdi texto todo que tinha escrito!!!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Gozo

Eu te quero dentro de mim
com seu falo enrijecido
penetrando em minha vulva,
adentrando pelo meu ser,
quente, quente por você...

E teus movimentos tão seguros
num vai em vem ritmado
o teu corpo sobre o meu
me mostrando todo o pecado
nesse olhar de quem geme calado...

Boca, suor e mão
Saliva e lubrificação
pernas e dedos ou não
grito, desejo e tesão
mudança de posição...

Goza quente em mim
deixa invadir o meu ser
prazer que não tem fim
que desce pela perna a escorrer...

(23/10/12)

Furacão & Tempestade

se pro bem ou para o mal
nosso encontro é fatal
é química e cosmos unidos.
são segredos traduzidos

em corpo, pele e suor
lágrima, saliva e dor
química e eletricidade
ligados na máxima voltagem

descarga de adrenalina
caio sobre seu corpo, menina
pois a mulher se dissipou em gozo
nos braços desse homem vaidoso

somos furacão e tempestade
que chega ao litoral sem alarde,
que alimenta e espalha o fogo
criando novas regras pro jogo.

(23/10/12)



Yin & Yang

Essa eu escrevi pra vc!

"sou yin e sou yang, opostos complementares. 
força e fragilidade, razão e sensibilidade. 
mulher e menina. coragem e covardia.

eu erro querendo acertar, 
pulo de olhos abertos no mar.
me jogo sem medo, 
me arrependo e enlouqueço.

sou intensa e sou gelada.
sou fogo e sou morada.
sou tua e mais nada."

(10/2012)

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Onde está o erro do mundo? 
Essa vida acelerada que levamos, sem tempo, sem gosto, sem cheiro e as vezes em brilho. Repetindo mecanicamente os padrões, os hábitos institucionalizados, a cacofonia da cultura que oprime, deliberando em favor do nosso algoz. 

Onde está a liberdade? Em qual reino vou encontrá-la? Será que se libertos formos, saberemos nós andarmos por essa estrada?

Reescrever um novo olhar é a tarefa mais fácil de toda essa jornada. Difícil mesmo é ter um novo olhar! É abrir mão dos seus conceitos e ouvir outros tais. Tirar a venda escura que cega a possibilidades tão infinitas de algo diferente. Mas, seria esse diferente algo melhor?
Não sei, mas só se pode colocar uma nova roupa se não estiver vestido com outra. Desconstruir seus conceitos e formatar novos alicerces. Num exercício diário de se compreender em meio ao caos que nos inserimos. É preciso estar nu, se despir das armaduras e máscaras que ao longo de nossa existência adotamos como mecanismo de defesa. Contra quem mesmo? Talvez contra nós mesmo. Somos frutos do teatro social. Somos os atores da comédia da vida. 

E essa nudez incomoda. Incomoda de tal maneira, que nus não nos olhamos no espelho. Não temos coragem de olhar pro próprio corpo de maneira justa e delicada. Nos admiramos em novas peças, que escondam nossa nudez. Mas, o corpo nu não merece nossa atenção. É impuro, é provocador. Exposição de nossas perfeitas imperfeições. 

Mas, eu confesso, que numa lufada de renovação, quero sinceramente abdicar da mediocridade. Libertar a mente, o corpo e a vida. Sair da rotina em busca de novas possibilidades. Sem julgamentos moralistas, somos todos senhores e servos do mesmo mecanismo. O que nos agride é perpetrado pelas nossas próprias mãos. Acomodados, amansados, cativos em nossos destinos traçados na maternidade. Objetificamos nossos ideias, vivemos cartesianamente buscando diminuir o estrago que ajudamos a causar. 

Sem títulos e sem direções, alço voo rumo ao nada... pois há a certeza de ao fim algo surpreende me espera.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Rivotril

É estranho tomar 3 rivotrils praticamente juntos. Pelo meu pouco estudo na área médica, 15mg não vai me fazer mal algum, mas certamente vai anestesiar minhas emoções e meu corpo. É estranha e agradável essa sensação de torpor. Não me importaria em tirar umas férias nesse estado vegetativo. Beber, comer, dormir... entorpecida. É uma válvula de escape pra mente. Cada um com a sua receita, alguns são naturebas e meditam, outros usam de entorpecentes naturais para se desconectar desse purgatório que é o mundo; ainda há quem beba pra esquecer seus problemas e as vezes ainda arranja outros piores. É álcool é uma merda.

E estar nesse estado de letargia não me garante entender o que me fazia sofrer. Estou em um estado psicodélico entre o abismo emocional absoluto e o riso histério da palhaçada que é a minha vida. Se a vida é uma peça de teatro onde o mundo é o palco, sobrou pra mim o picadeiro numa apresentação de palhaços.

Puta que pariu. Nesse estado eu não consigo dizer nada do que estou pensando. Ou não estou pensando o suficiente pra escrever. Grandes bostas. No fundo o rivotril não foi uma pá de cal na raiva e nem na frustração, foi apenas uma anestesia superficial na ferida purulenta.

Brother, se eu não começar a acertar as coisas eu vou virar uma velha ranheta. Se é que eu já não me transformei. Mas, hoje, realmente, não espere nem meia palavra de alegria, porque eu tô mais querendo que o mundo se foda. E especialmente uma pessoa.
Sai de mim odioso pensamento
quantas vozes tem o vento
quando está a sussurrar?

As palavras que predizem o futuro
em visões do meu desespero
E de tão cruel me acertam como murro

Sai de mim desalento
Não sabe como quem está a brincar
Posso parecer de louça
Mas, como fogo sei queimar

Meu corpo escultura divina
com os lábios de deusa menina
Que venha o vento me gritar!





E Viva o Descontrole Emocional!

As vezes o mundo parece hostil, interessado em destruir todas as suas forças e esperanças. Sei que o mundo não é de verdade assim e nem creio q o universo conspire contra mim. Mas, tem dias q vc se sente assim. Num beco sem saída, num mar profundo de tristezas. O sentimento pesa como pedras sobre os meus ombros e me afundo ainda mais no conforto das minhas lágrimas. Auto-piedade + arrependimento + covardia = depressão.

Agora olhando parece que tudo virou um nó cego. Não há por onde insistir para melhorar a situação. Ao contrário, qualquer tentativa de desatar só o aperta mais. Minha vida virou um nó cego. Estou presa numa teia q eu nem sei qual é. Eu não vejo, mas cada vez me enrolo mais nesses fios de mágoa e rancor, tecidos continuamente ao longo de alguns anos. Não sei como mudar, pra cada lugar q me viro, me prendo mais. 

Sou uma fraca. Tenho medo da solidão. Não de ficar só, pq isso eu já superei. Vivo minha vida praticamente só. Entre risos e sorrisos virtuais, os compromissos de faculdade - local onde interajo e construo novos valores e amigos. Mas, de resto eu sou só. A menina presa na torre. A menina da torre, como diria o Pedro Parga. A menina que se prendeu na torre pq não sabe viver lá fora.

As vezes eu sinto meu coração como um bife batido. Me lembro da empregada batendo o bife com uma espécie de socador dentado, pra "amaciar a carne". Carne que foi de algum animal que como eu queria viver. Mas, acabou virando meu almoço. Um bife de carne amassado. Um bife amaciado... assim como o meu coração. Essa massa ora disforme já teve uma boa aparência. Era puro, eu juro. A cara de má, a insolência e o deboche eram a minha armadura pra me defender do mundo. Trinta e cinco anos depois vejo que não foi a melhor escolha e hj, essa armadura rota é o q me identifica para os outros. Eu sou a Núzia que não merece compaixão pq que é combativa. Mulher guerreira que aguenta até porrada. Um muro para atirar as suas frustrações, um muro que chora em silêncio a cada pedra atirada. 

Não sei no q me transformei. Não me conheço mais. Não me reconheço tb. Não era assim... e não sei o que sou agora. Em dias como hoje, um amontoado de células, fibras, nervos e tendões, dentro de um revestimento epitelial frágil, comandado por uma massa cinzenta que ora me parece muito burra. Como pode o cérebro desempenhar tantos papéis, de maneira bem razoável e ser tão incompetente quando se trata de amor, por exemplo? Como pode fazer um ser humano, produto da união de dois gametas, que desde sua concepção luta para sobreviver nesse mundo hostil; que desenvolve diversas atividades motoras sem nem se dar conta de tão perfeita q é a criação, ser ao mesmo tempo capaz de nos jogar no limbo das artimanhas do amor. Amor. Porra, sentimento esse que tem q ter comando no cérebro para existir! Como assim a coisa funciona de maneira tão errada? Como pode nos deixar nos apaixonar e ficar doente por alguém que não se importa com a sua existência? Assim, francamente, nem é apenas um desabafo, mas é um questionamento válido.
Eu que admiro a ciência médica não me conformo com esse aspecto da falibilidade humana. Não, não dá pra ser. Era pra ser algo BOM. Era pra fazer DAR CERTO. Pra que a perpetuação da espécia ficasse garantida. Mas, do jeito que a coisa vai, logo logo estará ameaçada. Simplesmente porquê é impossível conviver e ser feliz com alguém! Fato. Maldito e burro encéfalo, não é capaz de coordenar uma nivelação química pras coisas funcionarem a contento. Porra... faz tanta coisa direitinho. Não deixa o coração parar de bater, nem o pulmão de inflar e desinflar na respiração, oxigena as células, produz outras, recebe milhares de informações por segundo e responde a todas elas quase sempre de maneira bem eficiente. Mas, qdo se trata de amor, porra... nada funciona! E ainda culpam o coração! Não é o coração q é idiota. Essa porra é só músculo, fibra, artéria. Não pensa. Não sente. Só bate. Burro mesmo é o cérebro. Esse sim é o responsável pela cagada, que nesse caso nada tem a ver com o cu.

Enfim, achado o culpado, o cérebro, eu me pergunto: se ele é capaz de nos colocar em situações medíocres porquê não funciona bem, qual é a solução? Tipo, o bichinho tinha que ter daqueles programas que se auto-corrigem, tipo esse do windows. Porque se ele está com problemas e ele é o único e todo poderoso parar resolver problemas, como ficam as coisas? Acho q é nessas horas q entram os psicólogos e psiquiatras, né? Mas, sei lá... eu não sei se consigo confiar e acreditar na eficácia desse tipo de tratamento. Parece pajelança. Se um osso quebra, vc opera, coloca no lugar, fixa com um pino e pronto, está consertado. Agora se o cérebro está doente, mas não é exatamente nada físico ao ponto de uma neurocirurgia, você acha mesmo que pagar pra bater papo vai resolver o problema?! Bom, talvez, né? Já que o problema é de softwer e não de hardwere, pode ser que um bom programador da mente humana consiga resolver. Pensando por esse ponto até que fica bastante interessante. O lance é descobrir um bom "técnico".

Vai ver é isso. Vai ver se eu conseguir reprogramar o meu cérebro, eu encontre a solução dos meus problemas. Seja no amor, seja em outros aspectos (toda pessoa q sofre de depressão, sofre por mais de um motivo. dor de corno só não gera doença), reprogramando eu posso resolve-los. Ou desistir deles de uma vez.

Se o meu namorado ler isso aqui, vai achar que tudo que foi dito era sobre ele, uma forma de recado. Mas, na verdade não. Isso foi uma das mais sinceras conversas comigo mesma que tive em anos. E escrever é assumir que elas também existem e que podem ser a solução de muita coisa. Antes eu tinha medo até de pensar em terminar, hoje eu preciso dizer que isso é uma possibilidade bem real nesse momento em que estamos vivendo. E pelo andar da carruagem, é realmente o suspiro final de um corpo moribundo. Assumir em voz alta, admitir em palavras digitadas nesse cyber espaço foi a forma que eu encontrei para dissipar o nevoeiro cinza e gelado que tomava conta da minha alma. Assumir que eu também quero um fim, seja lá como isso for se dar. Mas, eu quero. Quero um fim desse convívio terrível que se transformou o nosso dia a dia. Quero o fim das ofensas ditas por bocas cheias de ira. Quero o fim do rancor improdutivo e depreciativo. Eu quero ver estrelas em vez de receber farpas.

Mas, não, não foi tudo isso escrito pra ele. Foi na verdade quase uma psicografia da confusão dos meus sentimentos. Foi um vômito emocional, irracional, totalmente descompromissado com fatos e cronologias. É mais um ensaio de muitos da minha libertação. Seja lá como ela se dará, seja lá que forma ela terá... mas, eu preciso me libertar e ser feliz.

Por isso hoje eu não vou mais brigar. O semblante pode ser um pouco de apatia, mas na verdade é apenas o efeito da catarse que eu sofri.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Saudosa Velharia

Lembrei que meu blog existe. Fracassado blog. Onde eu posso me lamentar. HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHA... (risos forçados)

Mas, lembrei porque ontem ouvi dizer "eu não sei escrever sobre amor". Daí lembrei que aqui tinha um monte de poesia minha e quase todas elas sobre amor. Assunto recorrente em meus escritos, por falta de vive-lo. Então segue mais uma:


Que Amor é Esse 

Eu quero saber que amor é esse 
Que só faz doer. 
Eu queria entender.
E por isso não me importar 
Queria saber o meu lugar, 
No teu coração, querido.

Mas, eu não consigo adivinhar 
As pistas que você me dá 
Me são somente dúvidas 
Palavras perdidas no meu olhar...