Foi de madrugada, por volta das três que, sob a chuva avistou os faróis do carro dele.
E ali, debaixo do guarda-chuva, numa quarta-feira qualquer, ele a tomou em seus braços
Ao som dos trovões da tempestade, beijou-a.
Seu corpo não escondia o desejo e a saudade, o dela tão pouco tentava.
Surpresa, realizada, intrigada e feliz, se deixava tomar com volúpia
Pelo homem que sempre quis.
Sim, ela estava apaixonada.
Sim, aquilo deles era paixão.
O medo, a dúvida não cabiam neles, não.
E sob um céu particular, com estrelas brilhantes,
E a chuva insistindo lá fora,
Na cama dela, em seu altar, eles eram deuses a namorar.