Atrás das grossas lentes repousam olhos de inveja
A iris esverdeada reflete o opaco do ranso
Ranso da frustração, dos sonhos destruídos
Ranso de quem não é feliz
Os óculos escondem a alma negra
O deboche, a maldade
Enganam, disfarçam
Escamoteiam a sinceridade
Plural em seus sentimentos
Afogada em ressentimentos
Destrói com sua língua ferina
Joga veneno ao vento
O corpo é de mulher
A essência de serpente
Preste a dar um bote
No amigo inocente
Não suporta a felicidade
Não suporta o amor
Quer secar a tudo e todos
Quer destruir o amor
Teus dias são sempre cinza
Cor da solidão
Vaga sozinha na terra
Não sente por ninguém compaixão
O espelho te mostra a verdade
Àquela que você não quer ver
Que o abandono te corrói
E isso te dá prazer