terça-feira, 28 de outubro de 2008

Uma Bolsa Paraguaia

Tem gente que não entende que o fino tecido que sustenta qualquer relação é o da sinceridade. E as mentiras são como pequenas traças que corroem esse tecido, tão raro e tão delicado que é impossível de ser remendado. Fica aquela coisa grosseira, esgarçado, remendado, estragado. As vezes, quando se remenda esse tecido que rompe, podemos até sustentar a relação, mas parece que como o tecido de uma bolsa, aquilo ali não vai durar muito.

As mentiras são a ferrugem que oxida o ferro, a marca do prego retirado da madeira, o jarro de vidro que quebrou e foi colado, as estrias da nossa pele... é um estrago irreparável, ainda que contornável.

São as marcas da vida no rosto amargo, o fosco do olhar, o amarelo do sorriso...

Adoráveis mentirosos e seus queridos comparsas... Serão eternos amantes, ligados por sangue. Parceiros e suspeitos do 'crime perfeito', mas como diz a canção, 'mas, crimes perfeitos não deixam suspeitos'. Cúmplices solidários na constante obrigação de se ocultarem.

E aos que se deixam enganar, o escárnio da certeza vulgar de sua fraqueza. O terceiro elo que sustenta a mentira. Tão culpado desse crime por se permitir enganar...